terça-feira, 1 de novembro de 2016

GUERREIRA DA ESQUERDA E DA DIREITA SEMPRE DA LUZ



Lá vem ela,
como sempre formosa,
na mão uma rosa.

É uma das poucas,
que o cabelo que seu rosto moldura,
é curto sempre e sempre será.

As de sua falange, compridos o tem,
mas ela de todas é diferente,
diz usar o que lhe convém.

Não lembrando a ninguém da sensualidade,
deixando para trás a vaidade,
ser vista  como guerreira é o que quer.

Galgou cada pequeno degrau,
lutando contra si mesma,
para atender apenas da Luz as leis.

Aprendendo começou,
com o tempo numa falange se encaixou,
muito tempo ali trabalhou.

Um dia a convocaram,
uma falange chefiaria,
diretamente a Lei se reportaria.

Alguns séculos lá se foram,
ela nem notara,
tanto trabalho era.

Certo dia a Luz a chamou,
o posto a outra dar poderia,
novo trabalho merecia.

Emocionada lágrimas escorriam,
a guerreira uma luta interior travava,
então atirou-se ao solo e clamou:

“Como abandonar tantos irmãos,
subir a escada sem os levar,
Jesus me perdoe, não posso”.

Então pétalas de todas as cores,
do infinito caíram cobrindo aquele solo,
que divisa entre trevas e luz era.

E os irmãos iluminados,
falaram emocionados,
outra atitude a Luz não esperava,
trabalharás aqui e lá,
livre é teu acesso,
mas agora sem demora venha,
seus irmãos querem te abraçar,
as novas tarefas conhecerás,
e então as assumirá,
e aqui e lá teu trabalho se estenderá.


Irmãos já se passaram um quarto de século,
ela continua se desdobrando, aqui e lá, lá e
aqui,
cada vez mais formosa fica, paz traz sua
presença, que tudo vai ficar bem certeza.


Eu humildemente a saúdo, em nome de
Jesus de Nazareno, em nome de Oxalá, em
nome de DEUS.

Ah quem é ela? Bem é uma Pomba Gira
na Umbanda que se tornou também uma Socorrista e Doutrinadora na Luz.


Eu vos digo meus irmãos existem mais
alguns guardiões que como ela trabalham
dos dois lados, continuam sendo guardiões
nas Trevas mas têm livre acesso e trabalham muito na luz.


Relatei a vocês para que meditem, meditem
e meditem e não abram a boca para falar que
exu e pombo-gira da Umbanda não tem luz,
não são evoluídos, meditem apenas isso.
Na próxima oportunidade falaremos sobre o
que o médium quer e o que realmente
o seu
guia da esquerda e direita quer.


Que Oxalá os abençoe,


ditado por Gira Mundo
psicografado por Luconi
em 20-08-2015

         VICIO DOENÇA QUE TEM CURA



Nos prados verdejantes de minha terra natal, relembro momentos
únicos de minha vida
terrena, os mais corriqueiros e os que nem
mais lembrava  foram os mais importantes.

Ah! Liberdade era o que queria, então era vaqueiro, vaqueiro de
mão cheia.
Galopar pelos prados, dormir tendo as
estrelas como cobertor, banhar-me no riacho,
vida melhor não havia.

Sempre fui de boa paz, e a Nosso Senhor
servia, pedras no caminho tentava
contornar, fazer amigos era para mim
natural, sempre gostei de gente. Se estavam
com problemas tentava ajudar, se fora do
meu alcance, procurava consolar, meus
ombros e meus braços jamais neguei.

Não fui santo, acertei, errei, os erros
percebendo tentava corrigir, alguns erros
não dá para serem corrigidos, mas perdão a
Deus eu pedia.


Assim vivi, até que um dia parti, deparei-me
então com amigos espirituais, que muito atenciosos me levaram
para um pronto socorro
na crosta terrestre, e eu fiquei muito bem,
até que um dia me falaram que era uma pena
meu perispírito estar tão pesado, senão eu
teria podido me recuperar em uma colônia espiritual, pois havia
feito algum bem ao
meu semelhante. Eles falaram em peso,
e eu
com isto encafifei, afinal o que fiz para ficar
tão pesado, quem sabe algum mal que não
me dei conta.


Não meus amigos, eu estava pesado por causa
do vicio do tabaco, precisava me limpar,
desta energia pesada e negativa que se
infiltrara não só no meu corpo físico, como também, no meu
perispírito, principalmente
no meu mental. É passei quase ano para me limpar, um longo
tratamento, os irmãos da
colônia a qual eu pertencia vinham me visitar,
mas eu lá não conseguia chegar.


É minha gente,  se não tivesse morto o arrependimento me mataria,
assim que comecei a melhorar, jurei a mim mesmo que mesmo
morando na colônia eu iria trabalhar ali, auxiliando
encarnados e desencarnados que
se enredaram nas malhas do vício.


Vício é vício, não existe pior ou menos pior,
todo vício acarreta sempre malefícios para o corpo carnal
e para o espiritual, sem contar
com as centenas de pobres irmãos que se
recusam a se tratar e na sua cegueira
espiritual procuram encarnados que
compartilham do mesmo vício para deles
sugar o que lhes satisfaz.


Sim meus queridos é um quadro muito triste
e eu estou engajado nas falanges que
socorrem estes irmãos, por isto deixo aqui
esta mensagem, para que meditem,
e se for vítima de qualquer vício, então humildemente peça ao Pai
que lhe dê forças
para superar, peça sempre porque haverá os momentos de
derrapada, mas não devem se envergonhar, faz parte de todo
aquele
que se colocou em terreno lodoso como é o do vício.


Procure assistência espiritual e psicológica,
reaja contra e não se vença pelo orgulho,
grite , a Jesus ¨ SOU FRACO, ME AJUDE”,
 esteja certo que o socorro virá, tua fraqueza
será tua fortaleza , a cura virá e com certeza
o teu exemplo ajudará a muitos e você os abraçará.

Então verás como os ensolarados prados verdejantes farão parte
de tua vida, você será
um semeador.



ditado por Josué
psicografado por Luconi

03-02-2016
O DIA DE FINADOS NA UMBANDA 


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Neste mês de novembro, no dia 02,temos por tradição o dia de finados.
Para nós, umbandistas, esta data tem grande importância por tratar-se do dia em que louvamos a força e o poder do Divino Orixá Pai Omulu, o Senhor da Morte e das Transições no Universo Divino.
De uma forma geral, na sua doutrina, a umbanda se apega intensamente na Vida, ou seja,em como devemos nos comportar enquanto encarnados para então, quando chegar a hora do desencarne, podermos garantir um lugar bom nas esferas espirituais.
Hoje, quero comentar sobre a visão da morte e a importância da mesma, sendo que cultuamos uma Divindade regente desse sentido da vida.
Para a Umbanda a morte do corpo físico não é o fim da vida. Entende-se apenas como o fim de um ciclo, ou seja, da passagem encarnatória. Após o ato da morte física do ser encarnado, este será encaminhado para uma esfera espiritual condizente com seus atos e vibração emocional acumuladas durante a passagem no corpo físico.
Aqui no plano físico ,estamos numa esfera neutra ou mista,onde tudo se encontra,sem distinção.
Já no plano astral,os seres vivem em realidades dimensionais pertinentes às suas condições emocionais e vibracionais.
Logo,se o ser vibrar ódio,um lugar com seres odiosos será sua morada.Se vibrar o amor,sua morada será um lugar agradável.Nós somos aquilo que criamos ao nosso redor e a realidade que desenvolvemos é a que levamos além do pós morte.
Então,nada se acabará com o fim da vida física,quando o corpo perece este é o fim de uma etapa e o início de outra.Morremos para o mundo físico e renascemos para o mundo espiritual.Assim ,o contrário acontece quando reencarnamos:”morremos”para a vida no plano etérico e nascemos para o plano físico.
Nós umbandistas,devemos nos preocupar com o que criamos na nossa vida,pois já podemos desconfiar do resultado no desencarne.A Umbanda não crê em ressureição,como não crê em um Salvador ou Messias resgatador de seu rebanho,uma vez que ela prega a transcendência que cada ser deve alcançar.Ninguém fará nada por ninguém,cada qual com seu quinhão.No entanto,a crença no reencarne é a explicação do resgate dos débitos e aprendizado constante do ser.
No dia de finados,é fundamental que o umbandista,ao realizar o culto ao Divino Orixá Pai Omulu,vibre seus pensamentos nos antepassados,seus parentes desencarnados,solicitando ao Pai Omulu que ilumine a todos ,pois se algum antepassado estiver precisando de ajuda por estar perdido nas suas questões emocionais e ainda não ter alcançado a luz,pode ser oportuno de acontecer este resgate,e,aquele que já esteja em situações privilegiadas,então se sentirá gratificado pelas vibrações,além de ser o momento de demonstrar gratidão aos antepassados que promoveram a sua passagem presente.
O culto ao Orixá Omulu é o momento de exaltação da Divindade e o que mesmo representa, pois como entendemos que ele é a Divindade do “fim”, logo ele não está presente apenas na tão temida morte física, gerando uma imagem temerosa em relação a esse Orixá. Sua vibração se faz presente centenas de vezes durante nossa Vida, por exemplo, o fim um relacionamento amoroso é o rompimento de cordões emocionais e o fim de um ciclo de convivência entre duas pessoas. Neste momento de finalização lá está presente a vibração desse Orixá para encaminhar os envolvidos em seus caminhos individuais, também posso citar a mudança de emprego, de moradia, fim de amizade, etc...
Sempre em situações, principalmente de rompimentos ou encerramentos de ciclos,é esta a vibração divina que se faz presente na Vida dos envolvidos. Mesmo ficando a cargo de cada um a colheita necessária após o desencarne, a Umbanda tem na Cerimônia Fúnebre a preocupação de garantir que o espírito desencarnado fique a cargo da Lei Divina e não tenha problemas maiores com ataques de espíritos negativos .
Existe todo um procedimento para a Cerimônia do Funeral Umbandista, que é realizado pelo Sacerdote, um ajudante e um parente antes da cerimônia social. Maiores detalhes podem ser encontrados no livro “Doutrina e Teologia de Umbanda” da Editora Madras do autor Rubens Saraceni.
Este texto foi baseado em um seminário apresentado na Universidade do Sagrado Coração de Bauru- SP. e faz parte do Curso para Médiuns deste Templo.
AURÉLIA
OFERENDA PARA O PAI OMULU
· Toalha ou pano branco e preto sobreposto formando oito pontas ou bicos .
· Velas branca, preta e vermelha
· Fitas branca, preta e vermelha
· Linhas branca, preta e vermelha
· Pembas branca, preta e vermelha
· Flores- crisântemos branco e roxo, flores do campo, rosas branca, cipestre.
· Frutas- maracujá, ameixa preta, ingá e figo.
· Comidas- pipocas estaladas e regadas com mel, coco seco fatiado e regado com mel, batata-doce roxa cozida e regada com mel, bistecas ou fatias de carne de porco regadas com azeite de dendê.
· Bebidas- água em copos, vinho branco licoroso, licor de hortelã.
Local para oferenda- nos cemitérios
Algumas ervas da regência de Pai Omulu
· Pinhão roxo, mamona, dandá da costa, barba de velho, babosa, velâme do campo e confrei.
Obs:- para a oferenda , não é obrigatório o uso de todos os elementos;você pode escolher aqueles que desejar ou tiver condições de adquirir ,o importante é o seu sentimento,aquilo que você trás no seu íntimo é na realidade o que vai ser oferecido ao Orixá. Os elementos de uma oferenda são importantes , pois serão usados pelo Orixá em seu próprio benefício mas , o que você tem em seu íntimo é o que vai determinar o resultado final da oferenda.
Benção de Pai Omulu a todos!!!!!

Emidio de Ogum
http://espadadeogum.blogsp
ot.com

Sacerdócio Não é Profissão


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Não nos agrada abordar assunto de tamanha gravidade, que infelizmente tem tomado proporções perigosas dentro do Movimento Umbandista, por conta de alguns ditos médiuns. No entanto, premidos pela imperiosa necessidade de alertarmos e orientarmos médiuns e assistentes a não serem vítimas de elementos de caráter duvidoso, que ainda contaminam nossa religião de fé, é que passamos a discorrer sobre o presente tema. Sabemos que a mediunidade, seja ela qual for, é uma faculdade neutra ofertada pelo Criador, antes mesmo de reencarnarmos, com os fins específicos de servirmos de instrumentos à missão dos espíritos, para acelerarmos nosso progresso espiritual através da caridade; e também para que nossos amigos Caboclos (as), Pretos (as) - Velhos (as), Crianças (Ibejis), Exus e Bombogiras (Pomba-Gira), possam subir cada vez mais os degraus da escala espírito-evolutiva. Deste modo, a mediunidade constitui-se em um modo de nos redimirmos de faltas pretéritas (mediunidade expiatória); de alcançarmos progresso espiritual (mediunidade evolutiva), e, de igual forma, cumprirmos metas para o progresso espiritual da humanidade (mediunidade missionária). Neste sentido, a faculdade mediúnica tem como um de seus atributos maiores o "dar de graça o que de graça foi recebido", vale dizer, sermos veículos gratuitos de ação dos bons espíritos para auxílio ao próximo, assim como amediunidade nos foi concebida por Deus para nos auxiliar em nossa jornada. A partir daí, observamos que o médium deve imbuir-se dos mais nobres sentimentos existentes e dedicar-se desinteressadamente a atividade mediúnica, para que a Espiritualidade possa amparar e orientar aqueles que, por razões diversas, não conseguem suplantar suas angústias e sofrimentos. E nada mais salutar do que observarmos um irmão outrora combalido pelas intempéries cotidianasterrenas, levantar-se espiritualmente e retomar seu caminho, de cabeça em pé, seguindo asdiretrizes do Plano Astral Superior. Fica claro então que a mediunidade jamais poderá ser exercida como profissão, onde o vil metal (dinheiro) eleva-se como fator preponderante, relegando-se a segundo plano o fim caritativo de tal labor.

 Infelizmente ainda detectamos em alguns Templos pessoas que encaram a mediunidade, não como forma de alimentação espiritual à almas doentes, mas sim como meio de sustento de seus interesses e da sua vida. Estes, devido ao seu desvirtuamento comportamental, ficam preocupados e atentos somente com o que é arrecadado durante uma Gira ou sessão, ou a cobrar por consultas aos espíritos. Certamente quem desta maneira age, atrai para si, consoante a Lei de Afinidades, espíritos avarentos, com cobiça, apegados ainda aos valores materiais. E o resultado é previsível. Longe de nós sermos contra o pagamento de mensalidades e doações para a manutenção das instalações do espaço de caridade. Mas daí a fazerem uso do numerário arrecadado para sustento próprio, vai uma grande diferença, pois todo o cidadão deve prouver o seu sustento com o suor de seu trabalho e não se valer da bondade, da fé e do desespero das pessoas para se sustentar financeiramente, de base imoral e ilegítima.

Umbanda é Caridade,

Reflita Umbandista! Pense Nisso...

Estudo Sobre Reencarnação - Parte 3


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A REENCARNAÇÃO NA VISÃO ESPÍRITA

Por José Passini - Juiz de Fora (MG)


A volta do Espírito ao mundo corpóreo é conhecida desde tempos remotos. Os Egípcios, os Hindus e os Gregos sabiam que a alma poderia voltar à Terra, usando um novo corpo. Esses povos acreditavam que, por efeito de determinada punição, essa volta à vida física poderia dar-se até num corpo animal.

Também os Judeus sabiam da volta do Espírito ao mundo corpóreo, mas não há referências que admitissem pudesse esse retorno dar-se num corpo que não fosse humano. A reencarnação, para eles, ocorria em algumas situações um tanto especiais: ou para concluir o que não tivessem conseguido ter-minar numa vida, ou para serem punidos, em face de males praticados.

Quando o doutor da lei perguntou a Jesus: “Mestre, que farei para herdar a vida eterna”? 1, não estaria ele querendo que Jesus lhe ensinas-se alguma fórmula especial, uma espécie de atalho, que o desobrigasse de voltar à Terra, numa nova encarnação? É difícil imaginar que o doutor da lei estivesse se referindo à obtenção da imortalidade, pois os Judeus tinham convicção profunda a esse respeito. Tudo indica que ele pretendia lhe ensinasse Jesus um procedimento que o livrasse do retorno aos trabalhos do mundo, como acontece ainda hoje com pessoas que, ao se inteirarem da reencarnação – sem levarem em conta a necessidade evolutiva –, solicitam expedientes que lhes possibilitem não terem mais que voltar à Terra…

Há outra situação em que os Judeus julgavam ser possível a reencarnação: o cumprimento de missão. O exemplo mais claro é o da esperada volta do Profeta Elias para a preparação dos caminhos do Messias, conforme atesta o próprio Mestre: “E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir”2, referindo-se a João Batista.

Coube ao Espiritismo trazer o conhecimento da reencarnação ao mundo ocidental, e o fez dando uma visão muito mais ampla e profunda, demonstrando que todos os Espíritos reencarnam, não apenas para a solução de equívocos de uma vida passada, ou para o cumprimento de determinada missão, mas pela necessidade inerente a toda a criação: o imperativo do progresso, da evolução.

Em verdade, ainda que não houvesse nenhuma afirmação a respeito da pluralidade das existências, ela seria depreendida como necessidade absoluta, face à amplitude do programa de aperfeiçoa-mento da alma apresentado por Jesus, através do Evangelho. De quanto milênios vamos necessitar para pormos em prática, integralmente, um ensinamento como esse: “Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos; fazei o bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos perseguem e caluniam”3? De quantos milênios vamos necessitar, nós Espíritos ainda vacilantes entre o bem e o mal, que não sabemos amar plenamente nem os amigos? O Codificador demonstra sua visão lúcida a respeito do assunto, quando inquire os Espíritos: “Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea, acabar de depurar-se?” 4.

A reencarnação opondo-se frontalmente à salvação gratuita pela fé dignifica o Espírito imortal, que vai galgando os degraus do aperfeiçoamento ao longo dos milênios sucessivos, crescendo em sentimento e intelectualidade, num trabalhoso processo de exteriorização da herança divina, concedida igualmente a todos os Espíritos. No nascedouro, todos absolutamente iguais. As diferenças individuais, portanto, não decorrem de capricho divino, mas sim do empenho de cada Espírito no sentido de promover o seu próprio progresso. Nesse caminhar, vai recebendo, por justiça, os frutos de todo o bem semeado, e, em função dessa mesma justiça, é compelido a reparar os males praticados, mas não em igual medida, graças à misericórdia divina.

O Espiritismo, ao revelar ao mundo ocidental a reencarnação, prova que a verdade religiosa não é incompatível com a verdade científica, explicando que a evolução do Espírito caminha junto com a evolução física demonstrada por Darwin, ao tempo em que resgata diante da consciência humana um dos atributos básicos de um Ser Perfeito: a Justiça. Tudo provém de uma mesma fonte, todos partimos de um mesmo ponto, dotados da mesma potencialidade evolutiva, conforme ensinaram os Espíritos: “É assim que tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo ao arcanjo, que também começou por ser átomo.”5. Por conhecer essa luz divina imanente em toda a criação, é que Jesus lançou o desafio evolutivo: “Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens (…)”6.

A evolução do Espírito fica muito evidente nas palavras de Jesus, quando se declara, ele também, um Espírito em evolução: “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas (…).”7. É verdade que no dia em que chegarmos a fazer o que o Mestre fazia à época em que pronunciou essas palavras – daqui a alguns milhões de anos –, pensando que nos igualamos a ele, ele estará ainda à nossa frente, pois ele disse que poderíamos fazer obras maiores do que as que ele fazia, mas não disse que nós o ultrapassaríamos. Ultrapassaremos o ponto evolutivo em que ele se encontrava naquele dia, mas ele estará ainda à nossa frente, de vez que a evolução é infinita. E nós nem sabemos o que é infinito, a não ser através de uma definição terrivelmente circular: “aquilo que não tem fim”!

Kardec, em brilhante ensaio 8, defende, com argumentação irretorquível, o imperativo da reencarnação sob a ótica da justiça e da misericórdia de Deus. É um trabalho monumental, até hoje não contestado por filósofo ou teólogo algum. Muitos livros foram escritos tendo como tema a reencarnação, mas não se conhece nenhum trabalho sério que rebata os argumentos ali apresentados.

Aos argumentos alinhados pelo Codificador, pode-se ainda acrescentar uma série de outros, graças aos esclarecimentos trazidos pelo Espiritismo:

Se o Espírito fosse criado juntamente com o corpo, como ficaria a justiça divina ante a flagrante diferença que existe entre as oportunidades deferidas ao homem e à mulher, na família, na sociedade e até mesmo nas religiões? Seria o caso de a mulher perguntar – e muitas perguntam – por que Deus as criou mulheres, sem as consultar, para sofrerem, em muitos casos, cerceamento de liberdade por parte dos pais, e depois as exigências e, não raro, a brutalidade dos maridos, enquanto lhes pesam nos ombros as sérias responsabilidades no encaminhamento e na manutenção da saúde dos filhos. 

O Espiritismo, dentro de uma visão evolucionista, mostra que o Espírito não tem sexo, podendo encarnar-se como homem ou como mulher, segundo o seu livre-arbítrio.
 

De acordo com a doutrina da unicidade das existências, a criação de novas almas não seria decorrente da vontade do Criador, mas estaria sujeita ao arbítrio dos casais, pois que poderiam usar um contraceptivo, impedindo Deus de usar o Seu poder de criar uma nova alma. O Espiritismo nos ensina que, ao usar qualquer recurso anticoncepcional, um casal apenas impede que um Espírito, já criado por Deus, que já se encarnou outras vezes, volte à Terra para uma nova etapa de aprendizagem.

No caso de um estupro, por que se valeria Deus de um ato de violência, de ultraje, de desrespeito, para criar um Espírito? Onde estaria a justiça divina, se outros são criados, ao contrário, em momentos de amor sublime, como filhos altamente desejados? Por que teria esse Espírito, fruto de uma violência, de ficar estigmatizado por toda a Eternidade? Através dos esclarecimentos da Doutrina Espírita, sabe-se que o acontecimento brutal que se deu tem causas anteriores, e que o Espírito que se reencarna, aceitando ou sendo compelido a aceitar uma situação dessa natureza, tem ligações de natureza vária, estabelecidas no passado, principalmente com aquela que lhe será mãe.
 

Se não houvesse experiências anteriores, como explicar a rebeldia, a brutalidade, o mau caráter de um filho que tem toda uma ancestralidade constituída de pessoas dignas? Alguém poderá objetar, dizendo que é herança genética de um parente longínquo. Mas que culpa tem os pais? Por que Deus permitiria que esses gens danosos entrassem na formação daquela alma? A prosperar essa idéia, chegar-se-ia ao absurdo de, no esforço de impedir Deus de criar Espíritos de mau caráter, dever-se-ia esterilizar todos os que não fossem portadores de virtudes. Seria assim fácil “aperfeiçoar” a raça humana, como pretenderam, no campo físico, os cultores da louca teoria da raça pura.

O Espiritismo esclarece que ninguém herda inteligência, virtudes ou defeitos morais, por serem atributos do Espírito, que os traz como bagagem própria, intransferível quando reencarna. Se um casal tem um filho que lhes nega as linhas morais da família, trata-se de um Espírito que foi por eles adotado, em função do desejo de auxiliá-lo, ou o receberam como conseqüência de um passado comprometido com ele, “porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo.”9Dentro dessa linha de raciocínio, chega-se à conclusão que todos os filhos são adotivos, enquanto Espíritos criados por Deus. O casal apenas “fornece o invólucro corporal.”9 Diga-se, de passagem, que, para um ajustamento de linguagem, dever-se-ia dizer: filhos consangüíneos e não-consangüíneos, porque todos são adotivos.

A doutrina reencarnacionista é a única que não é racista, pois demonstra que Deus não seria justo se criasse um Espírito imortal dentro de uma raça. O Espírito é criado por Deus e evolui, passando pela humanização, no processo de angelizar-se. Ao humanizar-se, encarna-se inúmeras vezes, nas mais variadas raças, mas seu início, sua criação não está vinculada a grupo étnico nenhum. A bem dizer, todos nós Espíritos pertencemos a uma única raça, pertencemos à raça divina, porque somos filhos de Deus.

Bibliografia:
Novo Testamento - Bíblia
– Lc, 10: 25
– Mt, 11: 14
– Mt, 5: 44
– Mt, 5: 16
– Jo, 14:12
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec– item 166
– item 540
– item 222
– O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec  
Cap. 14 - item 8